segunda-feira, janeiro 14, 2008

boas práticas

Falam, falam,
falam, falam,
falam, falam pá
e eu não os vejo a fazer nada, pá
fico chateado, com certeza que fico chateado, pá
tá a perceber….áhk!
Ricardo Araújo Pereira


Por vezes encontro colegas que, vendo-me de livro na mão, sorriem e dizem-me baixinho que teorias…teorias há muitas mas ninguém lhes ensina o caminho para o sucesso.

Não é que tenha a irresponsabilidade de pensar que detenho o caminho para o sucesso, mas deixo aqui uma pista sobre como alcançar no foro do trabalho de cada um de nós, uma prática bem sucedida.

Recordo que na crónica anterior explorei um pouco do que era o benchmarking, pois bem, o benchmarking e as boas práticas andam sempre de mão dada.

Para além da ténue fronteira com o processo de benchmarking, a definição de boa prática é desafiante. Afinal, quando utilizamos o termo ”boa prática” – uma boa prática para alguém, poderá não ser uma boa prática para outro.

Então basta associarmos ao termo a constatação da sua consequente criação de valor, ou seja da sua utilidade. Se confirmarmos essa utilidade e a valorização do nosso trabalho diremos que a prática que estamos a utilizar é uma prática bem sucedida, uma prática de sucesso ou uma prática inovadora. Como gostamos de ter uma postura dinâmica acerca dos conceitos, utilizaremos qualquer dos anteriores, partindo do pressuposto que a imagem mental a eles associada será a mesma, ou seja, que nos estamos a referir à mesma realidade.

Uma forma pragmática de colocar esta questão foi a abordada por Chevron, que ao descrever uma boa prática nos fornece já pistas acerca do seu processo de demonstração. Assim o autor diz-nos que antes de tudo uma boa prática é uma boa ideia; ou seja, aquela que embora ainda necessite de provas que determinem o seu sucesso, intuitivamente parece lógica e que tem sentido.

Depois desta fase e porque a recolha de informação acerca da ideia começa a desenvolver-se no sentido da criação de provas de valor, dizemos que uma boa prática é uma boa ideia com uma determinada técnica, metodologia, procedimento ou processo, que determinou a sua forma de fazer, de operacionalizar uma mais valia em algum contexto que achámos interessante.


Por último, e porque a avaliação das práticas de sucesso inicia-se logo na sua definição, há que ir à procura da demonstração clara de indicadores que traduzem o seu valor. Esta fase de definição é por norma, suportada em resultados concretos, aplicados numa experiência passada no tal contexto que achamos interessante.




Em resumo, uma boa prática é primeiro uma boa ideia, que surge geralmente de forma intuitiva como uma solução para um estado de partida problemático. Esta boa ideia terá de ser operacionalizada de encontro aos resultados que se pretendem atingir. É desejável para defender a sua aplicação, que a prática, tenha demonstrado um comportamento eficaz noutra organização, isto eleva-a a um estado superior de sucesso.



E porque eu não quero que vos falte nada aqui vai o Ricardo Araújo Pereira: