quinta-feira, novembro 22, 2007

benchmarking - o que é isso?

O benchmarking

“um caminho para chegar a um nível superior através da troca de informação.“

O que é e para que serve.

Fazer benchmarking ou fazer troca, partilhar ou pôr em comum informação pertinente, pode permitir mais do que realizar um procedimento, melhorar a fabricação dum produto ou optimizar um processo.

Pode ainda permitir o desenvolvimento dos recursos humanos através da aquisição de uma competência, da resolução de um conflito, ou da gestão da dinâmica de um grupo. Independentemente da natureza dos recursos, falamos acima de tudo da melhoria dos níveis de eficácia e, em consequência, dum melhor posicionamento no mercado do negócio.

A literatura reporta o conceito de benchmarking ao contexto empresarial, remetendo as suas origens à análise comparativa e às práticas do Total Quality Management. Assim a postura empresarial entende o benchmarking como uma forma de perceber os resultados duma organização. É entendido como “...um standard usado por uma organização para medir a sua performance” (Collective Bargaining Reporte, 1998, p.1).

Desta forma, o benchmarking seria entendido como uma técnica de medida comparativa, que investiga os indicadores de desempenho (resultados e práticas) de outras organizações, no geral concorrentes directas, entendidas como de vanguarda ou best in class para identificar factores conducentes à excelência, numa dada função específica. (adap. de Resch & Selman, 1995 e Dervitsiotis, 2000).

O objectivo seria a compreensão de caminhos de melhoria da eficácia, ou de pelo menos, a identificação dos que levam a erros de performance, antes de se repercurtirem nos resultados organizacionais (adap. de Weeks, Smeal, Hodgson & Gilbert, 1996, p.03).

No entanto e dependendo da cultura da organização, muitas vezes o benchmarking ainda é confundido com espionagem industrial, ou seja, a investigação de estratégias de sucesso, independentemente da autorização do detentor dessas estratégias.

É pois mais interessante entende-se o benchmarking numa óptica de aprendizagem e desenvolvimento organizacional que implica contacto e conversação entre organizações, ou pelo menos o acesso a informação de carácter público dito não confidencial.

Nesta lógica, o benchmarking seria o processo de identificação de medidas de desempenho comparativas bem como de descrição dos facilitadores que conduzem à excelência. É um processo de melhoria contínua, não pontual mas estratégico de investigação longitudinal, que muitas vezes ocupa na organização um pólo de investigação staff colocado perto dos orgãos decisores de topo. Este método é considerado de grande importância já que reforça a vantagem competitiva e acompanha as evoluções do mercado e dos agentes que nele operam.

Colocando a tónica no “...assegurar uma superioridade...” (Camp.1995), na “...avaliação e melhoria de performance” (Maire & Buyukozkan, 1996), por “...comparação com os melhores concorrentes reconhecidos como líderes” (Kearns, 1986), benchmarking é um método que impulsiona a experimentação e a inovação de novas práticas.

No entanto, este conceito “...não é um fim em si próprio. É apenas uma das múltiplas ferramentas que podem contribuir para a construção de uma cultura de aperfeiçoamento e consequentemente, conduzir ao desenvolvimento de uma organização aprendente.” (Trosa & Williams, 1995).

Desta forma o benchmarking é tido como uma metodologia perfeitamente integrada na lógica do dia a dia da organização, “...um desenvolvimento natural do desejo de melhorar, (Bendell, Boutler & Goodstadt, 1998), a ferramenta que objectiva “...construir uma cultura global de melhoria”. (Trosa, 1995).

A forma mais natural de construir essa cultura é tomar perante os outros uma nova atitude, perceber o outro como um parceiro e não como uma fonte de competição, como um adjuvante e não como um poço de secretismos, “...é a prática de ser suficientemente humilde para admitir que alguém é melhor em alguma coisa e suficientemente sábio para aprender a assemelhar-se e a excedê-lo” (O’Dell, 1996, p.03).


Eu sou fã incondicional do benchmarking!


Berlenga, A.I. (2001). Boas Práticas. Da identificação à disseminação. Guia metodológico de transferência de práticas de sucesso. Lisboa: Inofor.